Roberto Malvezzi (Gogó)
Estamos
na Semana Santa, quando celebramos a vida, paixão, morte e ressurreição de
Jesus Cristo. Os cristãos católicos tem mantido essa memória.
Surpreendeu
a muita gente que o Papa Francisco tenha consolado uma criança dizendo-lhe que
“um dia, nós veremos nossos animais novamente na
eternidade de Cristo. O Paraíso está aberto a todas as criaturas de Deus." O
cachorro do menino tinha morrido.
As reações foram imediatas, sobretudo daqueles que acham que o Reino de
Deus é exclusividade do ser humano.
Quando Noé sai da Arca com seus familiares e animais, Deus faz com ele,
seus familiares e todos os animais que saíram da Arca a aliança primordial,
fundamento de todas as demais. E diz que essa aliança é eterna (Gen. 9,9-17).
Depois, Paulo em Romanos vai dizer que toda criação espera ansiosa a libertação
dos filhos de Deus (Rom. 8, 19-21).
Deus
não cria para destruir, mas para elevar à plenitude. Só pode ser essa a
natureza de um ser cuja natureza é o amor.
Portanto, não faria sentido todas as espécies fantásticas criadas
durante a evolução da vida que elas desaparecessem para sempre, sem
possibilidade de resgate. Não podemos perder a beleza dos dinossauros, do
tigre-dente-de-sabre, dos mamutes, de todos os animais chamados de
pré-históricos em função da evolução da vida e das espécies. Com certeza eles
farão parte do Paraíso. As espécies vegetais também fazem parte, juntamente com
os animais, da “ressurreição da carne”.
Portanto, a ressurreição da carne não é exclusividade dos humanos. É a
ressureição de todas as vidas perdidas, soterradas pela brutalidade da evolução
cósmica e da Terra.
Melhor assim, o Paraíso será muito mais feliz, colorido, variado de vidas
e espécies do que sonham alguns que pedem exclusividade para os seres humanos,
quando não para suas igrejas, ou para seus pequenos grupos.
Nessa Páscoa vamos nos lembrar da ressureição de todas as formas de
vida, inclusive as nossas, com as quais o Criador fez uma aliança eterna.
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