quarta-feira, 6 de março de 2013

Em Marabá, no PA, Pastoral da Terra denuncia distribuição ilegal de terras

Em Marabá, no PA, Pastoral da Terra denuncia distribuição ilegal de terras

Área doada teria motivado o assassinato de um casal de extrativistas.
Incra cedeu as terras para família do homem acusado do crime.

O documento do Incra com a lista de pessoas beneficiadas pela reforma agrária, em Nova Ipixuna, mostra o nome de Antônia Nery de Souza na condição de assentada. Ela é mulher de José Rodrigues Moreira, cujo nome também aparece no documento. Ele está preso, acusado de ser o mandante do assassinato do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo Silva.
O crime foi em maio de 2011. José Claúdio e Maria foram mortos a tiros em uma emboscada no assentamento Praia Alta Piranheira, onde desenvolviam um trabalho de uso sustentável dos recursos da floresta.
De acordo com as investigações da polícia, José Rodrigues Moreira teria comprado ilegalmente 144 hectares de terra dentro do assentamento para criar gado. Metade do terreno era ocupada por três famílias, que passaram a ser ameaçadas de expulsão. O casal assassinado dava apoio a esses agricultores.
O terreno que motivou toda essa disputa é justamente o que foi entregue pelo Incra para a mulher do acusado. A decisão é de dezembro do ano passado, mas só agora foi descoberta pela Comissão Pastoral da Terra.
Outro documento mostra que sete meses antes, o superintendente do instituto em Marabá, Edson Bonetti, já havia recebido um pedido dos movimentos sociais da região para que os lotes fossem distribuídos para famílias de sem-terra.
A Comissão Pastoral da Terra deve entrar com uma representação no Ministério Público Federal de Marabá para pedir a retomada do terreno. A CPT também quer que a conduta do Incra seja investigada.
O Incra informa que abriu um procedimento administrativo para retomar o terreno cedido para Antônia Nery

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