O documento
do Incra com a lista de pessoas beneficiadas pela reforma agrária, em Nova
Ipixuna, mostra o nome de Antônia Nery de Souza na condição de
assentada. Ela é mulher de José Rodrigues Moreira, cujo nome também aparece no
documento. Ele está preso, acusado de ser o mandante do assassinato do casal de
extrativistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo Silva.
O crime foi
em maio de 2011. José Claúdio e Maria foram mortos a tiros em uma emboscada no
assentamento Praia Alta Piranheira, onde desenvolviam um trabalho de uso
sustentável dos recursos da floresta.
De acordo com
as investigações da polícia, José Rodrigues Moreira teria comprado ilegalmente
144 hectares de terra dentro do assentamento para criar gado. Metade do terreno
era ocupada por três famílias, que passaram a ser ameaçadas de expulsão. O casal
assassinado dava apoio a esses agricultores.
O terreno que
motivou toda essa disputa é justamente o que foi entregue pelo Incra para a
mulher do acusado. A decisão é de dezembro do ano passado, mas só agora foi
descoberta pela Comissão
Pastoral da Terra.
Outro
documento mostra que sete meses antes, o superintendente do instituto em Marabá, Edson
Bonetti, já havia recebido um pedido dos movimentos sociais da região para que
os lotes fossem distribuídos para famílias de sem-terra.
A
Comissão
Pastoral da Terra deve entrar
com uma representação no Ministério Público Federal de Marabá para pedir a
retomada do terreno. A CPT também quer
que a conduta do Incra seja investigada.
O Incra
informa que abriu um procedimento administrativo para retomar o terreno cedido
para Antônia Nery
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