Redação internacional, 28 fev
(EFE).- O papa Bento XVI, que nesta quinta-feira diz adeus ao papado, em seus
quase oito anos de pontificado publicou três encíclicas (cartas públicas
abordando algum tema da doutrina católica): 'Deus Caritas Est' (2006); 'Spe
Salvi' (2007) e 'Caritas in Veritate' (2009) e deixa pendente uma quarta sobre
a Fé, na qual está trabalhando.
Além disso, realizou três
assembleias gerais de bispos (2005, 2008 e 2012) e cinco consistórios, um deles
específico sobre os casos de sacerdotes pedófilos.
Bento XVI aprovou o documento
que exclui os homossexuais do sacerdócio (2005); apresentou o Compêndio do
Catecismo da Igreja Católica (2005); suprimiu a eleição de papa por maioria
simples (2007) e facilitou a realização da missa em latim, segundo o rito
tridentino (2007).
Do 'Missale Romanum', modificou
a prece pelos judeus; em 2009 revogou a excomunhão dos bispos ordenados por
Lefebvre e neste ano abriu as portas da Igreja Católica aos tradicionalistas
anglicanos.
Bento XVI viajou por 20 países,
entre eles o Brasil, que visitou em 2007 por ocasião da 5ª Conferência Geral do
Episcopado Latino-Americano (Celam); a Espanha, que visitou três vezes (2006,
2010 e 2011); a Alemanha, seu país natal, que visitou em duas ocasiões (2005 e
2006); o Reino Unido, país ao que chegou na primeira visita de Estado de um
pontífice desde 1534; os Estados Unidos e a Austrália, onde em 2008 se reuniu
com vítimas de abusos sexuais por sacerdotes pedófilos.
Em 2009 viajou à Terra Santa e
pela primeira vez à África, onde realizou polêmicas declarações contra o uso do
preservativo para lutar contra a aids.
Contrário aos modelos
alternativos à família tradicional, Bento XVI enfrentou em 2010, seu quinto ano
de pontificado, como o mais difícil e complicado pelos casos de sacerdotes
pedófilos que provocou uma das crises mais graves na história recente da Igreja
Católica.
Por essa razão, o papa ordenou
investigar e depurar a congregação os Legionários de Cristo, fundada por
Marcial Maciel, quem já tinha sido castigado em 2006 por 'comportamentos
gravíssimos e objetivamente imorais'.
Esse ano anunciou a criação de
um novo Conselho Pontifício para evangelizar Ocidente, os países de tradição
católica.
Da mesma forma que seu
antecessor, foi nestes anos de Pontificado várias vezes 'primeiro'.
Bento XVI foi o primeiro papa
que em 2010 promulgou um documento para lutar contra a lavagem de dinheiro nas
instituições financeiras vaticanas.
Também foi o primeiro que
respondeu a perguntas em um programa da televisão italiana 'RAI', em 2011, o
primeiro que esse ano conectou, via satélite desde o Vaticano, com os
tripulantes da Estação Espacial Internacional (ISS) e o primeiro que utilizou
as redes sociais.
Em dezembro de 2012, postou seu
primeiro tweet em sua conta @Pontifex no Twitter.
Em seus quase oito anos de
pontificado proclamou 34 santos e cerca de 600 beatos, entre eles, seu
antecessor, o papa João Paulo II, um fato também sem precedentes na História da
Igreja, já que nos últimos 10 séculos nenhum papa nomeou beato seu antecessor.
Mas a maior surpresa, também
sem precedentes na história moderna da Igreja Católica, foi dada em 11 de
fevereiro de 2013, quando comunicou em latim sua renúncia como pontífice 'em
plena liberdade pelo bem da Igreja' e por constatar que 'faltam forças' para continuar
no cargo, fazendo uso do cânone 332.2 do Código de Direito Canônico.
Prestes a dizer adeus ao
pontificado, Bento XVI também será o primeiro papa emérito ou pontífice romano
emérito da Igreja Católica. EFE
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